A indiferença é a última que morre?

“Shep, mantendo uma distância respeitosa, deixou que a voz interior lhe dissesse que ela não poderia estar morrendo. Não se morria daquele jeito, no final de um corredor sonolento, no meio da tarde. Ora, que diabo, se ela estivesse morrendo, aquele zelador não estaria passando o esfregão com toda tranquilidade no piso de linóleo, e certamente não estaria cantarolando, e nem deixariam o rádio tocar tão alto a poucas portas dali. Se April Wheeler estivesse morrendo, é certo que este mural não estaria aqui na parede, com o folheto mimeografado de um baile para os funcionários (‘Divirtam-se!’), e as cadeiras de vime não estariam assim dispostas, com esta mesinha e estas revistas.”

Trecho do romance Revolucionary Road, de Richard Yates
Dica de Carol Bensimon

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