Arquivo de setembro de 2012

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O amor enlouquece o verbo?

“Digo, aqui tô eu
Que te amo e às tuas pernas quero bem
Já que estamos nós
Te sugeri-me então o que fazer
Claro que eu beijei
Ao tendo o que outro alguém não quis
E tudo isso
Foi no mês que vem
Foi quando eu chegar
Foi na hora em que eu te vi
E mais que tudo
Foi no mês que vem
Foi quando eu chegar
Na hora em que eu te quis”

Trecho de Foi no Mês que Vem, canção de Vitor Ramil
Interpretada pelo próprio Ramil
Dica de Savanna Aires

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O Senhor é meu pastor?

“Lutero cem vezes repetira: nada pode prender a alma humana. Eterna, ela domina o mundo. Como se deixaria amarrar de fora para dentro; como poderia escutar outras vozes que não a sua? Papas, concílios, doutores, de nada valem. Não conta nem mesmo a própria letra do Livro Sagrado. Se a alma busca em si, e apenas em si, a verdade, há de encontrá-la.”

Trecho de Martinho Lutero, um Destino, livro do historiador francês Lucien Febvre
Dica de Alcino Leite Neto

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sobre o absurdo de prosseguir

“Ele morreu em agosto, e quando chegou
o fim
daquele mês,
pensava eu o tempo todo, como poderei
passar a setembro
se ele fica
em agosto?”

Trecho de Fora do Tempo, livro do escritor israelense David Grossman

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Por que jamais arredarei o pé daqui?

“Não te enganes: viajar é aborrecido.
Num ponto, ao menos, todos os lugares
se parecem: neles já se passou
algo terrível.
As viagens cansam
e são tristes.
Viajando apenas constatamos
a repetição tediosa do que existe.
Pois para onde quer que compremos passagem
levamos a nós mesmos na bagagem.
Viajar é conduzir o corpo
– esse comboio imundo –
a um estéril atrito com o mundo
e depois passar o dia inteiro
usando a língua como quem usa dinheiro.
Nem a página em branco dos desertos
nem as savanas e sua promessa de aventura
substituem uma hora de leitura.
Mesmo as longas praias e as montanhas
mesmo os sítios inflacionados de história
mesmo as pirâmides os oráculos a arte
e o lugar preciso para se ver
do melhor ângulo
o sol se pôr como se põe em toda parte
serão depois riscados da memória.
Mais vale afinal ficar em casa
se é que se tem uma
e enviar-te este postal
de parte alguma.”

Parte Alguma, poema de Ana Martins Marques
Dica de Gianni Paula de Melo

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Estamos sempre à beira do pastelão?

Quadrinho de Caco Galhardo

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Menino problema

– Não é uma graça? Ele está falando com um amigo imaginário.
– Pelo tom da conversa, parece mais um inimigo imaginário…

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Uma tentadora armadilha

“Produto genuíno da busca por simetria, a paixão nos apresenta (…) um espelho narcisista e atemporal que apaga as diferenças, a começar pela diferença dos sexos, para nos mergulhar no fascínio pelo outro, perfeito reflexo de nós mesmos. A paixão, glorificada e encorajada pelas mídias e pelos progressos da comunicação – os e-mails, os torpedos, que nos permitem estar ‘ligados’, mas sobretudo atados, acorrentados ao outro sem interrupção -, mantém a miragem da similaridade, a maravilhosa sensação de que o outro é nosso, completamente, que ele responde todas as nossas expectativas, assim como respondemos todas as dele. Tal como um seio materno que preenche o recém-nascido, que se deleita assim que saciado, mas que fica igualmente irado por ser tão dependente desse outro sem o qual ele não existe. A angústia do vazio é o duplo da paixão. Na maior parte do tempo, os casais fusionais acabam por ter a amarga experiência: como sentir minha existência se o outro já não está aí para me estender o espelho? E como me preencher se o outro já não me preenche?”

Trecho de Cenas da Vida Conjugal, livro do psicanalista francês Serge Hefez

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O mais incomum dos homens comuns

“De longe, nosso planeta não passa de um ponto flutuando no infinito. Neil Armstrong se deu conta disso quando, na Lua, fechou um olho e, com o polegar, bloqueou toda a visão da Terra. Questionado se isso o fez sentir-se gigante, respondeu: ‘Não. Fez com que eu me sentisse muito, muito pequeno’.”

Trecho de O herói sem rosto, artigo de Alvaro Pereira Júnior 
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